Por onde andam os arquétipos?

Você sabe o que são os arquétipos? Para que servem? Como surgiram? Qual sua importância? Então, você está no lugar certo. Esse artigo irá responder as suas dúvidas sobre  os arquétipos e a importância para a sua marca. Os arquétipos A palavra arquétipo origina-se do Grego “arché” (princípio), trata-se de um amplo conceito utilizado pela psicologia, mas também, na filosofia e até nas técnicas narrativas, representa padrões universais de comportamento acumulados através de gerações, e que residem no inconsciente coletivo da humanidade, refletindo até os dias atuais no comportamento associado a uma pessoa, grupo de pessoas e até a um papel social. A história desse conceito remonta eras, e para uma melhor compreensão, iremos entender desde quando ele surgiu até os dias de hoje, e sua influência na área de Marketing Digital. Um pouco de história Esse conceito foi concebido em 1919 fruto de estudos promovidos pelo psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875 a 1961), quando, à época, desenvolvia seu processo de psicologia analítica. Para Jung os arquétipos são heranças psicológicas que formam uma imagem primordial mergulhada no inconsciente coletivo da humanidade, fruto das experiências de milhares de gerações de seres humanos, e que se refletem nos mais diversos aspectos da vida até os dias atuais, porém, é importante, nesse ponto, ressaltarmos que os arquétipos não possuem ou se apresentam de forma fixa, podendo variar a cada sujeito, diz Jung: “Nenhum arquétipo pode ser reduzido a uma simples fórmula. Trata-se de um recipiente que nunca podemos esvaziar, nem encher. Ele existe em si apenas potencialmente e quando toma forma em alguma matéria, já não é mais o que era antes. Persiste através dos milênios e sempre exige novas interpretações. Os arquétipos são os elementos inabaláveis do inconsciente, mas mudam constantemente de forma.” “[…] O termo “arquétipo” é muitas vezes mal interpretado como significando certas imagens ou motivos mitológicos definidos, mas nada mais são do que representações conscientes. Tais representações variáveis não podem ser herdadas. O arquétipo é uma tendência a formar essas representações de um motivo – representações que podem variar bastante em detalhes sem perder seu padrão básico.” Jung aproveitou esse conceito para demonstrar, de modo mais simples, a estrutura da psique humana e sua influência sobre quem somos e como agimos. A partir daí, e com o passar do tempo, esse conceito se difundiu e alcançou o mundo todo, desde a sua representação em mitos, crenças religiosas até as áreas mais técnicas da ciência. Segundo as postulações de Jung (2009) todas as ideias e representações mais expressivas e severas da humanidade nos faz pensar na influência dos arquétipos sobre elas. Acrescenta-se a tudo isso que Jung também, prosseguindo em suas experiências, descobriu que esses elementos arquétipos que por essência estão ligados a psique, também se expressam nas narrativas, conforme afirma: “Nos mitos e contos de fada, como no sonho, a alma fala de si mesma e os arquétipos se revelam em sua combinação natural, como formação, transformação, eterna recriação do sentido eterno” Alinhado a essa nova descoberta de Jung, surge no cenário mundial Herman Northrop Frye, que teorizando em termos literários os conceitos arquétipos nos seus quatro ensaios constantes da obra “Anatomia da crítica”, marca sua influência de forma definitiva em uma era anterior ao que seria conhecido como o Desconstrutivismo literário. Assim, as obras de Jung e Frye são consideradas como desbravadoras nos estudos literários, o que deixa claro o nível de influência dos arquétipos nas mais diversas áreas da vida humana. Muitos foram os escritores que se apropriaram do conceito dos arquétipos para iniciarem novos movimentos dentro de outras áreas difundindo definitivamente aquela descoberta de Jung. Porém, é no ano de 1900 que o psicólogo vienense Dr. Ernest Dichter se apropriou de toda essa estrutura resultante do estudo de Jung, para aplicá-la ao mundo do marketing, descobrindo que o emprego dos arquétipos promovia uma maior descoberta e fidelidade por parte dos clientes as marcas, assim, enviou em 1939, à todas as agências de publicidades existentes em Nova York, uma correspondência divulgando essa sua descoberta, e a partir daí os arquétipos tornam-se muito importante na relação cliente versus marca. Nos dias atuais os arquétipos são bastante utilizados pela área de marketing, pois, através dele é possível criar uma conexão psicológica entre o cliente e a marca, gerando uma identificação positiva, despertando sentimentos no consciente do cliente, e em muitas das vezes, desenvolvendo o próprio estilo de vida daquele cliente, além, de atribuir significado ao produto ou a marca. Os arquétipos na visão de Carl Gustav Jung Quem são os arquétipos fundamentais nas pesquisas de Jung, suas suas características principais e a importância junto as marcas e seus consumidores, é o que veremos a seguir. No decorrer de seus estudos Jung identificou vários arquétipos que integram nosso inconsciente coletivo humano. Compreender esses arquétipos e seus relacionamentos entre si ajuda aos clientes e marcas entenderem melhor a si mesma, como se relacionam com o mundo e quais são as suas motivações, revelando o elo perdido entre a motivação do cliente e as vendas de um determinado produto pela marca, pelo que essa compreensão e emprego dos arquétipos é de grande importância junto a área de marketing. Em seus estudos Jung identificou 12 arquétipos que passaremos a conhecer: O INOCENTE: “Somos livres para ser eu e você”Desejo básico: Vivenciar o paraísoMeta: Ser felizMedo: Fazer algo erradoEstratégia: Fazer as coisas direitoDons: Fé e otimismoMarca: DOVE O EXPLORADOR: “Não levante cercas a minha volta”Desejo básico: Liberdade para descobrirMeta: Experimentar uma vida melhorMedo: Cair em uma armadilhaEstratégia: Vigiar, buscar e experimentar coisas novasDons: Autonomia, ambição, capacidade de ser fiel a própria alma.Marca: Starbucks O SÁBIO: “A verdade libertará você”Desejo básico: A descoberta da verdadeMeta: Usar inteligência e análise para conhecer o mundoMedo: Ser enganado e iludido, a ignorânciaEstratégia: Buscar informação e conhecimento, autorreflexão e compreensão dos processos de pensamentoDons: Sabedoria e inteligênciaMarca: Google O HERÓI: “Onde há vontade há um caminho”Desejo básico: Provar o próprio valor através de ação corajosa e difícilMeta: Exercer a mestria de forma a modificar o mundoMedo: Fraqueza e vulnerabilidadeEstratégia: Tornar-se forte e corajoso o quanto é possível serDons: Competências e coragemMarca: Nike O FORA-DA-LEI: “As regras são feitas para ser quebradas”Desejo básico: Vingança ou revoluçãoMeta: Destruir aquilo que não funcionaMedo: Não ter poder,